Formação MJ


As Sete Portas do Inferno

Primeira Porta do Inferno – A Impureza
Não erreis, disse São Paulo, os impuros não herdarão o céu. A impureza é o amor desregrado dos prazeres da carne. Pensar voluntariamente em coisas desonestas; desejar praticar, ver, ouvir coisas escandalosas; dizer palavras, ter conversas imorais, ler livros obscenos, olhar gravuras, espetáculos, pessoas indecentes; permitir-se consigo ou com outras pessoas liberdades criminosas; praticar no sacramento do matrimônio o que a moral cristã proíbe… são pecados contra a pureza.
Dirão alguns: isso é pecado pequenino. Pequenino? Mas é pecado mortal. Diz Santo Antonino que é tal a corrupção que faz lavrar este pecado, que nem os próprios demônios podem sofrê-lo, e acrescenta o mesmo santo que, quando se cometem semelhantes torpezas, até o demônio foge de vê-las.
Considerai agora o horror que causará a Deus aquela pessoa que, como diz São Pedro, semelhante ao suíno, se revolve no lodaçal deste pecado. Dirão ainda os escravos da impureza: Deus é misericordioso, conhece a fraqueza da carne. Pois ficai sabendo que, conforme o relata a Escritura, os mais terríveis castigos que Deus descarregou sobre o mundo foram a punição deste pecado.
Abramos, com efeito, a Escritura. O mundo está ainda no começo e já os homens estão corrompidos, carnais impudicos. Deus se arrepende de ter criado o homem e por isso toma a resolução de o exterminar.
Abre as cataratas do céu, a chuva cai durante quarenta dias e quarenta noites, as águas sobem até cobrirem as montanhas mais altas, e a humanidade morre afogada, abismada nas águas do dilúvio. Só escapam oito pessoas, a família de Noé que, sozinho, guardara a castidade.
Será pecado leve? Que lemos ainda na Bíblia? Havia na Palestina cinco cidades célebres pelo seu comércio, suas riquezas, mais célebres, ainda, pela sua corrupção espantosa.
Naquelas cidades cometiam-se pecados de que nem se pode dizer o nome, pecados sensuais contra a natureza, pecados horrorosos que infelizmente se cometem hoje, depois de dois mil anos de cristianismo. Que fez Deus? Mandou chover sobre aquelas cidades uma chuva, não mais de água, mas de fogo e de enxofre, que reduziu a cinzas as cidades e os habitantes.
Não satisfeito, Deus mandou à terra que se abrisse e ao inferno que engolisse os restos infames de Sodoma e Gomorra.
Que nos diz ainda a Sagrada Escritura? Que outrora Deus mandava queimar vivo a quem cometia semelhantes pecados e até aos casados que profanavam o matrimônio pelo crime horrendo do adultério.
Este pecado de adultério, depois do assassínio, o mais grave de todos os pecados contra o próximo, foi sempre considerado até pelos pagãos como um crime digno de todos os castigos. Os antigos egípcios condenavam a ser queimada viva a mulher casada que tinha cometido este pecado; os saxões igualmente condenavam à fogueira a mulher casada infiel, e à forca o cúmplice de seus crimes. E há cristãos que trazem na lama do pecado o sacramento que São Paulo chama grande.
Estes são apenas os castigos para este mundo. Que será no outro mundo!
Está escrito, e a palavra de Deus não volta atrás, que os desonestos não entrarão no reino do céu. E este o pecado que arrasta para o inferno o maior número das almas. Diz São Remígio que a maior parte dos condenados estão no inferno por causa deste pecado. O mesmo diz São Bernardo:
este pecado precipita no inferno quase todo o mundo.
Do mesmo modo fala Santo Isidoro: é a luxúria muito mais que qualquer outro vício que sujeita o gênero humano ao demônio. Em uma palavra, e é a doutrina de todos os santos, de cem condenados no inferno, haverá um ladrão, um assassino, um ímpio, mas noventa e nove desonestos.
Pobres pecadores. Longe de mim o infundir-vos o desespero; o que quero dizer é que, se vos achais atolados neste vicio, procurai sair quanto antes deste lodaçal imundo, senão o inferno será vossa sorte eterna.
O que deveis fazer é o seguinte:
1º. Rezar. A oração é uma chuva celestial que apaga o pecado da concupiscência.
Rezai antes de dormir, de joelhos, ao pé do leito, três Ave-Marias à pureza de Nossa Senhora.
2º. Repelir sem demora todo mau pensamento e desejo, chamando pelos nomes de Jesus e Maria.
3º. Fugir, mas fugir absolutamente, custe o que custar, da ocasião do pecado, da frequentação de tal pessoa, de tal casa, de tal divertimento, de um modo especial destas danças modernas tão imorais e escandalosas.
4º. Enfim o meio mais eficaz é a recepção frequente e piedosa dos sacramentos da confissão e comunhão.
Desenganai-vos, se agora não vos emendardes, mais tarde será tarde demais.

A Verdade sobre o Halloween
Eu sei que pode parecer loucura tudo que vou falar aqui, mas é importante que você leia e assim fique um pouco por dentro do que significa a “festa” da noite das bruxas, ou Halloween que a cada dia se torna mais popular.

Essa festa é muito antiga e teve origem no termo irlandês “All hallow’s eve”, que quer dizer “véspera do dia de Todos os Santos”, pois no dia 1º de novembro celebra-se essa festa. O problema é que esta data coincidia com uma comemoração dos povos celtas, onde viviam os

druidas que acreditavam que na noite do dia 31de outubro que marcava o final do verão e a última colheita do ano, os mortos voltavam nas casas para pedir comida.*
O costume da festa foi trazida há muito tempo atrás para os EUA pelos Irlandeses, que fugiam de uma difícil situação que seu país enfrentava, só que o cinema Hollywoodiano passou a dar a essa festa outra conotação e transformou-a num verdadeiro “carnaval do terror”, onde desfilam de fantasmas, esqueletos, vampiros, bruxas e monstros e isso fez com que segerasse um enorme consumismo ao redor dessa data. Porém para nós que somos cristãos e moramos no Brasil, essa não é a melhor forma de se comemorar o dia dos santos, primeiro porque não faz parte da nossa cultura, mas é algo copiado dos Estados Unidos, nós temos nossa própria cultura que é linda e precisamos ser mais autênticos e não ficar aceitando tudo que vem de fora sem saber se isso é realmente bom para nós. Segundo porque o ocultismo e o satanismo estão por trás de cada uma dessas figuras assombrosas, das quais as pessoas se vestem. Nós, cristãos, acreditamos na ressurreição e não em mortos que voltam para aterrorizar os vivos. Terceiro: Jesus nos deu exemplo de bondade e amor, sendo assim, é fácil perceber que não é legal exigir doces dos outros para não que não lhe causemos algum incômodo (travessuras), nós precisamos amar de graça e abandonar qualquer atitude má.Tudo isso parece um “remar contra a maré”, mas a gente precisa fazer a diferença! Não é pra deixar de fazer festa, porque o cristão precisa ser alguém alegre, mas podemos encontrar outras formas de comemoração. É importante saber o que vamos comemorar: o DIA DOS SANTOS, que foram grandes homens e mulheres que souberam colocar Deus no centro de sua vida e são exemplos para nós. Por isso fique atento a essas dicas: Algumas escolas realizam a FESTA DOS SANTOS, onde cada criança escolhe um santo de devoção e se veste como ele, aí tem um desfile dos santos, aqueles que estiverem mais bem caracterizados ganham prêmios, as crianças comem, dançam e se divertem pra valer. No México muitas famílias e instituições trocaram a festa do Halloween pela Festa da primavera, onde os principais disfarces são de anjos, santos e princesas. Em Paris nasceu em 2003 uma ideia bem da hora. Os jovens saem às ruas festejando e testemunhando sua fé, essa festa recebeu o nome de HOLYWINS, que quer dizer “A SANTIDADE VENCE”. No Brasil o Holywins já acontece em Porto Alegre - RS e nesse ano será uma festa que vai desde as 15:00h do dia 31 até as 6:00 da manhã do dia 1º de novembro, com shows, santa missa, vigília, uma grande festa.


Fonte: Editora Cléofas | Bem da Hora




Em busca da felicidade
O maior inimigo da felicidade é a superficialidade
O comportamento humano é algo misterioso que me cativa desde sempre. Lembro-me de que, quando era criança e viajava, gostava de ficar olhando as casas ao longo da estrada e imaginando quem morava nelas e como era a vida daquelas pessoas. Os anos se passaram e mudei até de país, mas isso não mudou. Continuo gostando de observar as pessoas, é com elas aprendo diariamente muitas lições de vida. Encanta-me o fato de, mesmo tendo chegado aos 7 bilhões de habitantes no planeta, não existir ninguém igual a ninguém. Quanto mais a tecnologia avança nas descobertas científicas, tanto mais fica claro o quanto o ser humano é complexo, misterioso e encantador.
Se ficarmos parados em um ponto onde circulam muitas pessoas, por exemplo, rapidamente identificamos diversos tipos de comportamento. Vemos pessoas apressadas, sorridentes, pessoas serenas, alegres e também pessoas sérias, tristes e preocupadas. Em qual dos grupos você se encontra hoje?
E como se não bastasse o fato de sermos diferentes uns dos outos, também mudamos constantemente de comportamento e isso nos faz ainda mais misteriosos. Há dias em que tudo paresse colorido ao nosso redor, estamos de bem com a vida e conseguimos superar os desafios com facilidade e leveza. Somos gentis, sorrimos à toa, dizemos palavras doces e somos amáveis até com quem nos tenta ofender. Mas nem sempre é assim, também existem aqueles dias em que tudo parece nublado, cinzento e uma “certa” angústia no fundo da alma vai como que roubando nosso sorriso e o gosto pela vida. É preciso ter calma e lembrar que tudo é passageiro. Os dias coloridos e os dias cinzentos passam, a vida, no entanto, segue seu rumo e entre um compromisso e outro, muitas vezes, sem perceber porque tivemos esta ou aquela reação, vamos nos superando e tentando vencer dia após dia. Falta-nos tempo para nos interessarmos por nós mesmos e mais ainda pelas pessoas, o que, na verdade, creio ser essencial para a nossa felicidade.
É certo que nossa vida corrida nos impede de gastar mais um minuto ouvindo aquele que tanto necessita falar de suas dores, ou olhar nos olhos do porteiro quando dizemos: "bom dia", mas é preciso atenção. A pressa, característica dos nossos tempos modernos, tem nos aproximado de um dos maiores inimigos da felicidade: a superficialidade.
Certamente aí onde você está agora, basta acionar um botão para mudar muitas coisas. A tecnologia está por todos os lados e facilita as coisas, “aproxima distâncias”, podemos ir de um lado a outro do mundo em um "click". Porém, aqui vale o adágio: “Com gente é diferente”, e precisa ser diferente!
Acredito que o interesse pelos semelhantes deva fazer parte dos nossos projetos, já que, de certa forma, estamos todos interligados. Creio também que a indiferença não será jamais a melhor forma de sobrevivência, muito menos o meio para encontrar a felicidade.
Neste mundo cada um tem uma missão e por mais distinta que ela seja, vamos precisar uns dos outros para a realizar. Aliás você se perguntou porque veio a este mundo? Já parou para pensar sobre isso? Se já viveu a experiencia e não encontrou resposta satisfatória eu recordo que como filhos de Deus, fomos criados sua imagem e semelhança por amor e para amar. Logo nossa principal missão enquanto peregrinos aqui na terra, é amar. É por isso que quanto mais nos afastamos desta meta, mais distantes ficamos da verdadeira felicidade.
O isolamento e o medo de amar, males tão característicos dos nossos dias, leva-nos a optar por relações superficiais e interesseiras que não edificam, antes desgastam a pessoa e destroem sua dignidade de filhos de Deus. Como se não bastasse, o isolamento traz também o estresse, a depressão e tantos outros males. A grande pergunta provável diante desta descoberta será: mas, então, o que devo fazer?
Tenho uma ótima notícia, existem saídas! Tomo a liberdade de apontar-lhe duas: a primeira é o cultivo de relações afetivas intensas e profundas que possam ajudá-lo a encontrar forças e sentido para viver. Não tenha medo de amar verdadeiramente, pois você nasceu para isso e sua felicidade está aí. Não espere ser amado, ame! Vá ao encontro de quem precisa de amor. Asseguro-lhe que não vai precisar andar muito. Nos lares, nos orfanatos, nas esquinas e até dentro de nossas casas existem muitos necessitados de amor.
Já a segunda saída, não menos importante, é o reencontro com Deus e consigo mesmo por meio da espiritualidade. As práticas de piedade, a participação dos sacramentos e, é claro, tudo isso, unido à firme decisão de mudar, vai certamente lhe proporcionar uma vida nova e feliz.
Existem coisas que só você pode fazer por você mesmo... Mas se der os passos Deus estará sempre pronto para ajudá-lo. Lembre-se: a felicidade que você procura passa por suas decisões de hoje, por isso mão à obra.
Estou unida e rezo por você!
Dijanira Silva
dijanira@geracaophn.com



“É preciso perder o medo de errar. O humilde não tem medo de errar”.
Quem se reconhece e se aceita, quem é humilde, não tem medo de errar. Por quê? Porque se, depois de ponderar, prudentemente, a sua decisão, ainda cometer um erro, isso não o surpreenderá, pois sabe que é próprio da sua condição limitada. São Francisco de Sales dizia de uma forma muito expressiva: “Por que se surpreender que a miséria seja miserável?”.
Lembro-me ainda daquele dia em que subia a encosta das Perdizes, lá em São Paulo, para dar a minha primeira aula na Faculdade Paulista de Direito, da PUC (Pontifícia Universidade Católica). Ia virando e revirando as matérias, repetindo conceitos e ideias. Estava nervoso; não sabia que impressão causariam as minhas palavras naqueles alunos de rosto desconhecido. E se me fizessem alguma pergunta a qual eu não saberia responder? E se, no meio da exposição, eu esquecesse a sequência de ideias?
Entrei na sala de aula tenso, com um sorriso artificial. Comecei a falar. Estava excessivamente pendente do que dizia, nem olhava para a cara dos alunos. Falei quarenta e cinco minutos seguidos sem interrupção, sem consultar uma nota sequer.
Percebi, porém, um certo distanciamento da “turma”, um certo respeito. Um rapaz, muito comunicativo e inteligente, talvez para superar a distância criada entre o grupo e o professor, aproximou-se e me cumprimentou: “Parabéns, professor. Que memória! Não consultou, em nenhum momento, os seus apontamentos. Foi muito interessante!"
Assista também: "O Senhor está do meu lado", com padre José Augusto
Respirei, mas, desconfiado, quis saber: "Você entendeu o que eu disse?" Admirou-se com a minha pergunta; não a esperava. Sorrindo, encabulado, confessou-me: "Entendi muito pouco, e, pelo que pude observar, a 'turma' entendeu menos ainda".
A lição estava clara: "Dei a aula para mim e não para eles. Dei a aula para demonstrar que estava capacitado, mas não para ensinar”. Faltara descontração, didática, empatia; não fizera nenhuma pausa, nenhuma pergunta. Fora tudo academicamente perfeito, como um belo cadáver. Fora um fracasso.
Lembro-me também que, quando descia aquela encosta, fiz o propósito de tentar ser mais humilde, de preparar um esquema mais simples, de perder o medo de errar, esse medo que me deixara tão tenso e tão cansado; de pensar mais nos meus alunos e menos na imagem que eles pudessem fazer de mim. E se me fizessem uma pergunta a qual não soubesse responder, o que diria? Pois bem, diria a verdade, que precisava estudar a questão com mais calma e, na próxima aula, lhes responderia. Tão simples assim.
Que tranquilidade a minha ao subir a encosta no dia seguinte! E que agradecimento dos alunos ao verem a minha atitude mais solta, mais desinibida, mais simpática! Uma lição que tive de reaprender muitas vezes ao longo da minha vida de professor e de sacerdote: a simplicidade, a transparência e a espontaneidade são o melhor remédio para a tensão e a timidez e o recurso mais eficaz para que as nossas palavras e os nossos desejos de fazer o bem tenham eco.
Não olhemos as pupilas alheias como se fossem um espelho, no qual se reflete a nossa própria imagem; não estejamos pendentes da resposta que esse espelho possa dar às perguntas que a nossa vaidade formula continuamente: "O que é que você pensa de mim? Gostou da colocação que fiz?" Tudo isso é raquítico, decadente, cheira ao mofo do próprio "eu", imobiliza e retrai, inibe e tranca a espontaneidade. Percamos o medo de errar e erraremos menos.
Dom Rafael Llano Cifuentes
Arcebispo Emérito de Nova Friburgo (RJ)


A AFETIVIDADE E A SEXUALIDADE NA VIDA DO JOVEM



1. Transição da relação da Afetividade para a Sexualidade

Quando falamos de afetividade, mostramos a relação que pode existir entre homem e mulher ‑ é a relação afetiva - onde tanto o homem como a mulher vão buscar sua afetividade juntos. Vão dar início a um novo processo de amar e de ser afetivamente unidos em particular, a relação é só do casal sem intromissão de ninguém.
Ser afetivo é deixar amar‑se; o homem conquista a mulher e ela por sua vez se deixar conquistar pelo homem, faz‑se assim um laço de afetividade. Este laço não pode ser quebrado, pois é momento de entrega e principalmente de conhecimento afetivo. O laço é quebrado com a traição, a desconfiança, o desamor e as demais coisas que hoje a nossa sociedade apresenta através dos MCS (Meios de Comunicação Social).As novelas de televisão nos mostram a traição (adultério) como uma coisa normal, que pode acontecer com qualquer casal.Os jovens se identificam com a TV, e automaticamente se identificam com o adultério da TV. É "fácil demais".
Assim nossa afetividade dá lugar a paixão que atualmente leva os jovens a se entregarem à sociedade mundana que "está na moda".
Devido a tantas formas de nos afastarmos da afetividade é que devemos lutar com toda força para reconquistar e cada vez mais vivenciá‑la em nossas vidas. Deixar tudo o que é do mundo, e procurar as coisas que vem de Deus. Dizer um "basta" as vontades próprias e se entregar a Jesus.

Somos criaturas feitas de amor, com amor e para amar (cf. Jo 4,16)

Deus nos mostra o novo nascimento do amor, da relação afetiva. A afetividade vem trazer a sexualidade. É uma necessidade que se for dada continuidade resultará em uma sexualidade de amor e não uma sexualidade de puro sexo; atravessa a sexualidade e chegamos a genitalidade. Esquecemos que a afetividade trará, no tempo certo, a sexualidade, e daí chegarão a genitalidade, pois Deus é o criador e deu ao homem a tarefa da procriação. O amor é a chave de uma vida jovem no Espírito.

"Ainda que eu falasse as línguas dos homens e dos anjos, se não tiver amor, sou como bronze que soa, ou como címbalo que retine" (I Cor 13,1).

Porém existem pessoas que acreditam que o amor pode se desgastar com o tempo, pela falta de atitudes amorosas e afetivas. É verdade que assumir logo de início as atitudes de casal ‑ relações sexuais, vida em comum ‑ tem como efeito impedir muitas vezes o aprofundamento do amor, interromper sua construção, viciar a sua verificação. O amor não é só o fogo do sentimento, não é só um flash de uma paixão. O amor é um fogo que é um fogo.
"O Amor é mais forte do que a morte; O fogo ardente do amor é uma chama divina! Toda água dos oceanos não seria suficiente para apagar o fogo do AMOR" (Ct 8,6)

      O sacramento do matrimônio dá esta capacidade de renovar o amor bebendo da fonte que é o amor.
       Temos que valorizar a vida matrimonial; trabalhar nossos jovens sobre a importância e a beleza de um matrimônio sadio e bem feito; e ver os frutos desta criação que Deus‑Pai nos deu, é uma graça maravilhosa que Deus coloca nas mãos do homem.
Temos que ter uma juventude para Jesus e se isso significar ser santo, é a santidade que teremos que buscar!Precisamos de jovens santos, de famílias santas, de amor, namoro e casamentos SANTOS. Santos para Deus para podermos dizer para Jesus: Toma, Senhor, nosso coração é teu, único e exclusivamente TEU.

O homem foi criado por Deus com uma carência afetiva.O homem vai precisar da mulher, uma companheira, uma pessoa que resolveu deixar tudo para viver com ele. Muitas das vezes esta carência pode tornar‑se doentia; daí tem origem o ciúme, o desinteresse pelo casamento, ou sua continuidade.
Podemos assim fazer uma relação com o matrimônio, noivado e namoro, isto é, um mau casamento é reflexo de um mal noivado, e um mal noivado é resultado de um mau namoro. O namoro de jovens deve ser santo e suas atitudes serão santas, construindo assim uma nova vida de jovens renovados no Espírito, de jovens transformados, e essa atitude de transformação provém da criação.
O grande problema dos jovens no namoro é ultrapassar o "sinal vermelho". Temos que ter um limite de chegada, pois é na falta desse limite que encontramos jovens ainda não maduros à frente de famílias, que encontramos um alto índice de prostituição, de menores carentes, de jovens que fogem de casa revoltados com seus pais. Ultrapassar o "sinal vermelho" é dar um tiro na vida! Na vida nova que Jesus nos convida a assumir e a ter convicção no que afirmamos; dar esse tiro na vida significa selar a entrada a santidade no corpo, no amor e nas feridas abertas não cicatrizadas.
O homem tem carências afetivas, mas isso não quer dizer que começaremos a brincar com os sentimentos dos outros, brincar com o sexo e abusar dele fazendo o que bem entender.
A afetividade é amor, puro e de maneira santa. Somos chamados por Deus a santidade (1Ts 4, 7‑8) e a uma nova vida no Espírito. Temos que exercitar um namoro santo, pois a Igreja precisa de jovens santos, para com eles se tornarem verdadeiros santos.
Carência afetiva é uma necessidade e o uso indevido vem torna-la pecado e impureza para o Nosso Deus. A afetividade nos apresenta a maturidade de três maneiras:

· Maturidade Psicológica ‑ Quando o jovem se toma maduro nos pensamentos, começou a ter uma visão de mundo não infantil, mais jovem, de maneira mais crítica.

· Maturidade Física ‑ Quando o jovem amadurece em seu corpo, o homem toma forma de homem: voz, músculos e seus órgãos masculinos se desenvolvem e ficam adultos; o mesmo acontece com a mulher. Isso significa um corpo podendo ver uma maturidade apenas física.

· Maturidade de Atitudes ‑ Quando o jovem alcança sua maturidade nas atitudes e atos; quando começa a perceber com a maturidade psicológica o que vem a ser certo e o que vem a ser errado.

A maturidade é sinal de que caminhamos na estrada certa, que evoluímos ao projeto de Cristo. A imaturidade é sinal de que decaímos no oceano da desilusão e atravessamos a linha imaginária do pensamento não - evolutivo, para o pensamento não – involutivo; seria um sinal a saída pós‑maturidade do jovem a vida que o mundo oferece, aos prazeres sociais que hoje conquistaram todos os extremos do mundo.
Por fim, a maturidade é sinal de responsabilidade. Ser responsável em estar com o outro respeitando, faz o amor crescer; ter responsabilidade tal qual a de um marido com sua esposa. A maturidade é o grau que temos que buscar como jovens que querem ser santos, que querem servir a Deus como Santos hoje! Na sociedade, na escola, na rodinha de amigos, ser santos, esta é a palavra chave de nosso grito. Queremos ser santos hoje. Nossa plena maturidade é alcançarmos a maturidade psicológica, física e de atitudes.

2. Sexualidade Jovem Masculina

É importante que o homem se reconheça como "todo masculino" para assim entendermos que a mulher é "toda feminina". A não compreensão disto pode gerar problemas futuros em relação a namoro e casamento.
O masculino tem seus órgãos sexuais voltados a fecundação, os testículos são responsáveis pela produção de hormônios sexuais, do esperma e espermatozóides. Este é o começo da função dos testículos. Isto acontece em algum momento da adolescência e a partir de então o jovem tomou‑se capaz de fecundar uma mulher. Uma parte dos hormônios é levado para a corrente sangüínea, e por ela para todo o corpo, para dar e conservar a forma masculina, o jeito de homem: a barba, o cabelo, o rosto, braços, voz, força,  etc. A falta de hormônios masculinos pode tornar um homem efeminado.
Os testículos desde que começam a funcionar produzem permanentemente o material sexual, ou seja, o esperma com os espermatozóides. Este material é armazenado no corpo, nas vesículas seminais, como um depósito. Quando o depósito está cheio, o organismo e o psiquismo se mobilizam para esvaziá‑lo; assim acontece a necessidade de ejaculação, que pode ser a ejaculação natural, ou a provocada por masturbação, ou por relação sexual com uma pessoa do mesmo ou do outro sexo.

· Necessidade de Ejaculação

Esta necessidade pode se manifestar de diversas maneiras: existe a vontade de tocar o órgão genital, de manipulá‑lo, provocar a excitação do pênis para fazer acontecer a ejaculação; enquanto esta não acontece não há sossego. O psiquismo toma conta e vêm imagens, pensamentos que só irão sair da mente quando acontecer à ejaculação. Se este já teve relações sexuais com alguém, sente a vontade de utilizar revistas, livros e filmes excitantes, formulando assim os seus desejos eróticos.
Todo homem tem a necessidade de ejaculação, pois o depósito está cheio e tem que ser esvaziado. Os testículos não param a sua produção e torna‑se improvável o homem viver sem esta necessidade. Em muitos casos acontece a "Polução Noturna", isto é, a ejaculação à noite enquanto se esta dormindo, manipulam‑se ou sonham‑se coisas eróticas e acontece a ejaculação, não tendo pecado, pois é uma necessidade.

- Masturbação

A masturbação do homem é o ato voluntário de provocar os órgãos genitais com a finalidade de um forte prazer do orgasmo sexual.
Apresentamos cinco pontos onde pode acontecer a provocação dos genitais que irão levar a ejaculação e ao orgasmo:

1.    Através da manipulação do pênis, excitando‑o até a ejaculação e ao natural orgasmo que acompanha a ejaculação.
2.    Através da provocação dos genitais a dois.
3.    Por contatos eróticos com o corpo de outra pessoa.
4.    Por olhar cenas e filmes tão eróticos que excitem e causem ejaculação e a chegada do orgasmo sexual.
5.    Por contatos físicos eróticos que excitem a ponto de causar ejaculação e orgasmo

A origem da masturbação vem de diversos pontos

· Da necessidade de Ejaculação ‑ O jovem se sente reprimido pelo fato dos testículos produzirem material sexual, chegando a masturbar‑se voluntariamente, sentindo uma tensão que só acaba após o ato ser consumado.

· Do vício ‑ Cria‑se um vício de tantas vezes ceder a necessidade de ejaculação que involuntariamente e inconsolavelmente o leva a provocar a masturbação.

· Tensões psíquicas da adolescência ‑ O jovem passa diversas tensões que o leva a descarregar, se aliviar das tensões na masturbação. É resultado de tensões na família, no colégio, a rebeldia, a liberdade, o jovem entra em crise e sai dela através da masturbação. È a saída mais rápida que se encontra.

· Por carências afetivas ‑ O jovem que não recebe amor, se sente só, e por isso provoca a masturbação. É somente ele e os genitais, esta masturbação é a busca direta e indiretamente.

"O que é pecado para que a masturbação seja considerada como pecado? Pecado tem outro nome, mais claro, mais compreensível: desamor. Desamor é o contrário do amor. Pecado é tudo que seja contrário ao amor e àquilo que o amor (verdadeiro) faz. Pecado é o ato de desamor, algo que faz mal, que prejudica, que deixa conseqüências negativas, que destrói. Pecado é toda atitude de desamor contra o próprio jovem, contra Deus, contra o outro, contra a natureza. Pecado é algo que prejudica a todos. Quando o nosso Deus dá mandamentos para não agir de determinadas maneiras, é porque aquilo não é bom para nós. Pode nos prejudicar. Todo mandamento é para o nosso bem. Todo!! Também o mandamento que se refere à sexualidade. A desobediência ao mandamento se torna pecado exatamente porque ele gera algum desamor, alguma desordem, algum mal ou prejuízo." 2

O primeiro passo consiste em acreditar que se é dono da sexualidade: nem sempre, sem dúvida, da imaginação, mas sim dos atos. A partir daqui pode começar a reeducação que vai concluir e incluir com a necessidade do perdão (este fortifica a vontade e esperança), atos realizados passo a passo, a vigilância dos olhos do coração, uma higiene de vida, doação de si mesmo no serviço dos outros. Reeducação que é um caminho de vida e vai fazer de nós homens e mulheres de pé, purificados e dispostos a amar e a sem dúvida receber muito amor.
Se formos analisar as atitudes e descobrir nelas o erro, os pecados, as ações voluntárias, talvez estejam caminhando para lados opostos. Verificamos que a atitude de masturba‑se é um desamor, e todo desamor é um atentado a vida. A princípio é pecada toda atitude de mastubar-se, mas não atitudes de necessidade de ejaculação.
Deus condena estas práticas, pois Ele deu a mulher ao homem, e toda a espécie de prazer que um homem deve ter é com ela, e não em atos involuntários, "a sós" ou até mesmo a dois de mesmo sexo, todas estas práticas têm que ser reeducadas na família. Temos que ser fiéis ao nosso Deus e aos seus mandamentos, ser indescritível nos pensamentos, na inteligência e principalmente nas atitudes, tanto morais como afetivas e sexuais.
Além disso, o ato de masturbação pode causar sérios danos ao casamento, por exemplo: o homem que tem o costume de provocar masturbação, antes do ato sexual dar início ou até mesmo antes do orgasmo, ele ejacula, sendo vergonhoso ao homem e frustrante para a mulher. É preciso tomar uma decisão séria para uma reeducação sexual; e ao costume da vontade de Deus, ao projeto tão bonito que ele criou que é o milagre da procriação, isto é, um verdadeiro milagre, a fecundação.
Um dos traços do comportamento do ser humano é o "domínio sobre a afetividade".
A afetividade não é como um dos nossos outros estados "Psíquicos". A afetividade não pode ser medida com adjetividade como a inteligência. A afetividade é uma maneira de ser; por isso dizemos que o ser humano é afetivo e não que tem uma afetividade.
A afetividade é caracterizada pela qualidade de experimentos (vivenciar) internamente a realidade exterior e sentir o impacto produzido no seu eu. É uma experiência interna "somática" dos conteúdos de fora (para a consciência), no caso podemos estar até reprimidos ou inconsciente.
Também identificamos como uma tendência o reagir com emoção, e ela se manifesta com efeitos sobre o corpo e o espírito. O afeto é um estado emocional e é caracterizado por produzir ações quase que desprovidas de controle intencional, segundo pontos de vista objetivos e morais; é por isso que, com freqüência, encontramos como sinônimo de emoção. "Em resumo o estado afetivo elementar que oscila entre dois pólos: prazer e desprazer, agradável e desagradável; um estado definido por uma reação de espera e exploração".

·      Qualquer distúrbio na vida afetiva poderá impedir o amadurecimento correto da personalidade, desencadeando os processos doentios da regressão ou fixação.
·      A criança por carecer ainda dos meios intelectuais necessários para dominar suas emoções, é continuamente dominada pela afetividade no seu querer e no seu agir. A criança, mesmo que não compreenda com clareza, sente e vivencia as situações com uma força extraordinária. Um distúrbio nesta área pode causar sérios danos psíquicos na juventude possibilitando um não amadurecimento, fazendo desse jovem um alienado para com os sentimentos, o psicológico e tanto religiosos.
·      O adolescente se caracteriza por uma instabilidade afetiva sintomática. Seu psiquismo apresenta‑se como um complexo mundo de emoções, sentimentos, racionalizações, que condicionam um agir ao mesmo tempo riquíssimo e contuso na sua incoerência. É aquela pessoa que ora quer uma coisa e ora quer outra coisa, não se decide, no campo profissional apresenta uma inconstância muito grande, o resultado de se viver mal à adolescência é se prejudicar emocionalmente, já que o adolescente se torna vulnerável em seu psiquismo a emoção.
·      O adulto, o ser humano maduro tem intelecto que lhe transmite o direito de transferir ou deixar de lado, orientar, dirigir e aproveitar de maneira prática, dinâmica e construtiva sua afetividade. Pode aproveitar a riqueza da afetividade sem ser submisso a ela. É a inteligência em definitivo que assimila e determina de maneira decisiva, o modo de agir, mas por tem, um aproveitamento da afetividade e da sensibilidade com um enriquecimento da personalidade que dá calor e aproxima os outros da idéia que temos de mundo.
O adulto que consegue, habitualmente, tal controle funcional e afetivo da sua afetividade espontânea, supera repugnâncias e atrações, sabe analisar os fatos e as pessoas mais profundas nos conflitos com outras pessoas, sabe agüentar e superar as situações.

“A contemplação profunda de nós mesmos converterá toda riqueza do sentimento e da afetividade em energia propulsora do crescimento pessoal através da vida do amor”. Trata‑se de um verdadeiro e eficaz conhecimento, bem significativo e transformador, e não apenas de um 'luxo' intelectual'.

O fator psicológico da vida tanto da criança, do adolescente e do adulto, implica de maneira bem extensa no campo da afetividade, pois a maturidade é buscada. Ela vem com o tempo, mas só por isso não deve se ficar esperando ela chegar, temos que buscar a maturidade.
A afetividade (namoro) também coloca o jovem a amar ou até enjoar dessa pessoa sendo simpática ou antipática, por isso deve ser controlada emocionalmente e ter uma boa vida tanto pessoal como familiar, mas principalmente com Deus. Só assim seremos jovens de maturidade ágil e lógico, obtendo respostas e perguntas, tendo seus anseios naturais de acordo com sua identidade.
"Como a ideologia ocidental insiste em que a atividade sexual seja puramente instintiva, inata e natural relutamos em reconhecer que a sexualidade tem uma história. Pelo contrário estamos convencidos de que ela é impenetrável à mudança e, por conseguinte, existe fora do tempo. No entanto indicamos a existência de várias mudanças importantes tanto no comportamento sexual como no significado que lhe atribuímos. Os historiadores sociais apontam incontáveis provas de tais mudanças, as quais deixem claro que a sexualidade, efetivamente, possui uma história". 5
Entrando na história da sexualidade vamos encontrar o principal meio de se chegar à sexualidade ‑ O corpo. Muitas conclusões infelizes, meias‑verdades sobre o corpo percorrem as ruas.
Para as filosofias do extremo oriente, o corpo é um tipo de envelope que pode ser trocado, o que permitiria ter dezenas, senão centenas de diferentes formas corporais. O corpo para essas filosofias está completamente desligado da alma.
O corpo não é uma coisa. Ele é alguém. Ele é eu mesmo. É a pessoa que eu sou. Mas a minha pessoa não se reduz a meu corpo, como também a minha alma não se reduz a minha pessoa.
Entretanto, nem tudo é tão simples! Nossa sexualidade não é mais transparente a luz. Uma sombra, um peso a perturba. Uma trágica desconexão pode ocorrer entre a atração do sexo e a transmissão da vida. Entre o amor e fecundidade. Entre a sexualidade e genitalidade. Entre sexo e pessoa. Entre coração e corpo. Entre alegria e gozo.

O papa nos mostra uma realidade bem concreta do que acontece ao corpo na sociedade hoje. "Adoração do corpo? Não, nunca! Desprezo do corpo? Também não! Controle do corpo? Sim. Transfiguração do corpo? Mais ainda!" (João Paulo II aos jovens ‑ Parque dos Príncipes ‑ Paris 1980)

Temos uma base mística de valores sexuais. Acreditamos em mitos ou na realidade que Jesus nos apresenta? Nisto levamos em consideração que o corpo pode ser como mulher, do jeito de mulher, do mesmo modo pode ser como homem, assim encontramos os corpos masculinos e corpos femininos.
Temos o corpo como pecado, como é descrito em Gênesis 3, que nos mostra a culpa original. O corpo aqui é apresentado como pecado. Lógico que não vamos nos limitar somente em acreditar que o pecado está sempre embutido no corpo; a verdade é que o corpo é descendência de pecado, pois Adão e Eva (os primeiros pais) geraram o resto das criaturas dos seres humanos. Vale vermos também Gênesis 2 que nos relata o paraíso e como veio o pecado original.
O corpo também pode ser visto como mercadoria. Não é muito difícil vermos prostituição de menores, que permitem que se abuse de seus corpos, tudo por dinheiro. A santidade do corpo aqui não existe, pois o sistema que funciona é o do capitalismo, você tem que ter dinheiro, os que não conseguem, vendem seus corpos, vendem a parte preciosa que Deus deu de graça.

3. Sexualidade Jovem Feminina

O feminino é todo feminino e existem diferenças físicas, sexuais e mentais. A mulher vê tudo sentimental, é toda diferente do homem, seus órgãos genitais são mais numerosos e complexos.
Psicologicamente também aparecem muitas novidades. Surgiu mais forte, a natural vaidade feminina de aparecer aos olhos masculinos, de embelezar‑se.  A descoberta do próprio sexo, relações sexuais, gravidez, prazer sexual torna‑se insistente. A mulher quer sentir o prazer sexual, de ser possuída pelo homem, ela também sente a vontade de ser amada por uma pessoa do outro sexo.
Neste período de mudança e amadurecimento, ou até mesmo antes dele, pode acontecer na meninice, podem acontecer algumas coisas que tragam preocupações, tensões e problemas. Levada pela natural curiosidade, ou convidada por coleguinhas participou de brincadeiras de sexo com meninas e meninos, descobriu o prazer genital; aprendeu a acariciar‑se nos genitais e nos seios para experimentar o prazer. Por este caminho tenha caído no vício da masturbação.

· Masturbação feminina

A masturbação feminina revela que algo não anda bem na vida psíquica ou moral da jovem. Aliás, a masturbação é uma presença muito mais freqüente na vida das jovens que na dos jovens.

A masturbação feminina pode vir de diversas causas:

· Do vício adquirido ‑ A jovem ouviu conversas de como pode fazer, ou até mesmo foi induzida por uma coleguinha; gostou por ser uma experiência nova e se viciou em provocar seus órgãos genitais. Assim não consegue mais controlar mesmo que queira.

· Como compensação sexual ‑ A jovem teve muitas aproximações sexuais e até mesmo chegou a ter relações sexuais; decide-se a não ter mais relação sexual, mas seu organismo vai pedir prazer, ela decide não ter relações com medo de engravidar e se põe a praticar a masturbação. Também pode acontecer pelo fato de frustrações sexuais.

· Como descarga de tensões ‑ Pelo fato de passar por tensões familiares ou no colégio. Isso a leva a ter um comportamento mais agressivo e leva a masturbação, é chamada "válvula de escape".

· Como busca de prazer sexual ‑ É a jovem que livre e espontaneamente decide se masturbar, ter o prazer, o orgasmo a hora que bem entender pelo simples desejo de prazer.

Problemas causados pela masturbação feminina:

* A frigidez sexual ‑ A mulher fica fria e perde o interesse pelo casamento, pois o que interessa é o prazer sexual.

* A perda da virgindade física pela ruptura do hímen ‑ Ao introduzir algo pela vagina para masturbar‑se pode acontecer ruptura do hímen.

* Lesbianismo adquirido ‑ o gosto pela masturbação leva facilmente a ter contato sexual com mulheres.

Virginidade e Castidade.

"A virginidade completa: física, mental e espiritual, por mais que hoje seja menosprezada, não conservada, ou até ridicularizada, continua tendo o seu sentido e seu grande valor psíquico e espiritual".
Alguns jovens pensam que castidade é coisa de padre e freira. Ouvem falar no voto de castidade e acham que é coisa sagrada que só alguns precisam guardar. Nada mais errado. A castidade é antes de tudo um estado de pureza interior. Cada vez que alguém usa um parceiro de maneira egoísta, como objeto de prazer pelo prazer, não é a pessoa amada, não é casto; cada vez que alguém se resguarda para Deus ou para a pessoa amada, esse alguém é casto.
Assim uma esposa é casta mesmo tendo relações sexuais com seu marido. Este é casto mesmo tendo relações sexuais com sua esposa.
O casal deve ser casto ao praticar o sexo, assim, como os que renunciam ao uso do sexo e vivem o celibato consagrado devem ser castos. Existe, portanto, a castidade com sexo, na vida conjugal, e a castidade sem uso de sexo, na virginidade e na vida celibatária."
O Senhor nos ensina que só manteremos a pureza em nossa vida mediante a observância à sua Palavra e às suas leis. O Senhor nos chama a viver a nossa vocação na castidade.
Como um jovem manterá pura sua vida?  Sendo fiel as vossas palavras. De todo coração vos procuro. Não permitais que eu me aparte de vossos mandamentos. Guardo no fundo do meu coração vossa palavra para não vos ofender. Sede bendito, Senhor. Ensinai‑me vossa leis."(S1 118,9‑12)

Liberdade sexual: esta é a voz do mundo que grita em nossos ouvidos atordoando‑nos, e assim, muitas vezes, convencendo‑nos dessa falsa verdade, deixando‑nos surdos à voz de Deus que nos chama para uma vida de pureza não só física, mas espirituais e mentais, que nos chamam para que sejamos puros de coração, pois é do coração que brota toda a fonte de vida, e através do coração do homem de Deus age com seu Espírito Santo.

"Bem‑aventurados os puros de coração... porque verão a Deus." (Mt 5,8)

Ter curiosidade de conhecer o próprio corpo, o próprio sexo ou o sexo oposto, sentir anseios de experimentar uma relação sexual ou de ser toda possuída por um homem; ter anseios de gravidez, de gerar, de amamentar; ter anseios de ser abraçada,  beijada, envolvida, acariciada, etc. são manifestações naturais na vida da jovem. Belo é saber assumir essas manifestações de forma pura e positiva, como uma criação maravilhosa de Deus.
Enquanto o mundo nos oferece o sexo, nós cristãos temos que responder com a castidade e a fidelidade.

As relações sexuais antes do casamento

Os jovens que praticam relações sexuais mais ou menos freqüentes com as namoradas ou com outras parceiras, criam a necessidade de sempre ter novas relações. A tendência escravista exige deles de forma incontrolável a ter relações sexuais, estes são candidatos à infidelidade matrimonial, pois torna‑se um vício.
Se o amor físico fosse da ordem da técnica, uma experiência preliminar seria necessária, mas não é nada disso: o sucesso sexual depende em primeiro lugar da qualidade do amor e da relação. É urgente aprender a amar, e a não "fazer amor". Longe de preparar o amor e não as relações sexuais que podem prejudicar o casamento, deixando feridas tanto para um como para o outro.
Por outro lado, não ter relações sexuais antes do casamento fortifica a castidade. A castidade que manifesta o sentido profundo que tenho da minha dignidade, é igualmente um respeito pelo outro, na sua diferença e no seu direito a ser ele mesmo; é a renuncia a toda a idéia de poder sobre o outro e a aceitação do seu consentimento necessário. A castidade é também transparência, permitindo ao corpo ser sinal não equívoco, mas puro do amor.
Por isso, ele é e permanecerá sempre uma virtude moderna.

4. Homossexualismo e Lesbianismo

Deus criou o homem para a mulher, e esta para o homem. Qualquer tipo de relacionamento amoroso‑sexual com uma pessoa do mesmo sexo vai se tornar contrário aos desejos de Deus.
São dois problemas graves de sexualidade. Na verdade os portadores são mais vítimas do que culpados. Ou vítimas do próprio processo de gestação, ou vítimas de pessoas que se traumatizaram, iniciaram e induziram a esses problemas, ou vítimas na falta de uma boa educação sexual, ou vítimas da curiosidade sexual.

"Por isso Deus os entregou aos anseios dos seus corações, às imundícies de modo que desonraram entre si os próprios corpos. Trocaram a verdade de Deus pela mentira e adoraram e serviram à criatura em vez do Criador, que é bendito pelos séculos. Por isso Deus os entregou às paixões vergonhosas: as suas mulheres mudaram as relações naturais em relações contra a natureza. Do mesmo modo também os homens, deixando uso natural da mulher, arderam em paixões uns com os outros, cometendo homens com homens a torpeza, e recebendo em seus corpos a paga devida ao seu desvario." (Rm1,24‑27)

"Acaso não sabeis que os injustos não hão de possuir o Reino de Deus? Não vos enganeis: nem os impuros, nem os idólatras, nem os adultos, nem os efeminados, nem os devassos." (I Cor 6,9)

Deus condena bruscamente os que se mantiverem nesta condição, pois temos que buscar a pureza. Podemos classificar estes dois problemas da seguinte forma: Congênitos, Traumáticos e Viciosos:

·      Homossexualismo e Lesbianismo Congênito ‑ É o problema que podemos dizer que são complicações na gestação; problemas psíquicos que desde a gravidez já se manifestavam; daí a criação foi estritamente levada ao masculino demais, ou ao feminino demais.
·      Homossexualismo e Lesbianismo Traumático ‑ São traumas, jovens que tiveram relações sexuais e se frustraram com aquele sexo e foram buscar alívio de tensões no sexo próprio. Às vezes são recriminações, ou ouvem falar dele de maneira que não o agrade, tudo isso vai se acumulando e traumatizando, tornando‑se assim dependente deste vício.
·      Homossexualismo e Lesbianismo Vicioso ‑ Foram incitados ainda na meninice a terem lições com pessoas do mesmo sexo, e isso por ser a primeira experiência ficou marcado e tornou‑se constante. Este jovem busca prazer somente pelo homossexualismo ou da jovem com o lesbianismo; o vício o torna assim, mesmo que não queira, seu organismo habituou‑se a ter relações somente com pessoas do mesmo sexo.

Jesus cura todos os males, é o nosso verdadeiro médico. O que a ciência não explica Jesus, e o seu Nome tem explicação.

Organização:
Tarcísio Augusto, RCC
Ministério de Formação/
Parapsicólogo – CLAP/SP

BIBLIOGRAFIA

· Bíblia Sagrada ‑ Ave Maria 92a Edição ‑ 1994
· Catecismo da Igreja Católica ‑ Vozes 31a Edição ‑ 1995
· Jovens em Renovação ‑ Ed. Loyola ‑ Pe. Alírio J. Pedrini ‑ 1994
· Jovens em Busca de Deus ‑ Raboni Editora ‑ Renata Ghirotti Garcia ‑ 195.
· A Maturidade Humana ‑ Ed. Loyola José Maria Monteoliva S.J. 5a Ed. 1981.
· O Sexo que Deus lhe deu ‑ Ed. Paulinas ‑ Pe. Zezinho S.C.J. 1987 ‑ 6a Ed.
· Esta Juventude Magnifica e seus namoros nem sempre maravilhosos... Ed. Paulinas ‑ Pe. Zezinho S.C.J. 20a Ed. ‑ 1976
· Mito e Sexualidade ‑ Ed. Saraiva ‑ Jamake Highwalter 1a Ed. ‑ 1992
· Enciclopédia Nossa Vida Sexual Vol. II La Livraria Boa Leitura Editora ‑ 1a Ed. 1980.
· 50 questões sobre a vida e o amor ‑ Shalom e Ele está vivo ‑ 1996.

1 - Pedrini, S.C.J., Pe. Alírio J.  Jovens em Renovação Pg. 95 ‑ Ed. Loyola
2 - Idem Pg. 97
3 - Monteoliva, S.J. José Maria, A Maturidade Humana Pg. 16 ‑ Ed. Loyola
4 - Idem Pg. 19
5 - Highwalter, Jamake, Mito e Sexualidade Pg. 19 ‑ Ed. Saraiva
6 - Pedrini, S.C.J., Pe. Alírio J. Jovens em Renovação Pg. 108
7 - Oliveira, S.C.J., José Fernandes, O Sexo que Deus Ihe deu pg. 83






Mensagem do Papa para o Dia Mundial de Oração pelas Vocações 2012

Boletim da Santa Sé



Mensagem
As vocações, dom do amor de Deus
Mensagem do Papa Bento XVI para a 49º Dia Mundial de Oração pelas Vocações


Amados irmãos e irmãs!O XLIX Dia Mundial de Oração pelas Vocações, que será celebrado no IV domingo de Páscoa – 29 de Abril de 2012 –, convida-nos a refletir sobre o tema As vocações, dom do amor de Deus.A fonte de todo o dom perfeito é Deus, e Deus é Amor – Deus caritas est –; quem permanece no amor permanece em Deus, e Deus nele (1 Jo 4, 16). A Sagrada Escritura narra a história deste vínculo primordial de Deus com a humanidade, que antecede a própria criação. Ao escrever aos cristãos da cidade de Éfeso, São Paulo eleva um hino de gratidão e louvor ao Pai pela infinita benevolência com que predispõe, ao longo dos séculos, o cumprimento do seu desígnio universal de salvação, que é um desígnio de amor. No Filho Jesus, Ele escolheu-nos – afirma o Apóstolo – antes da fundação do mundo, para sermos santos e irrepreensíveis em caridade na sua presença (Ef 1, 4). Fomos amados por Deus, ainda antes de começarmos a existir! Movido exclusivamente pelo seu amor incondicional, criou-nos do nada (cf. 2 Mac 7, 28) para nos conduzir à plena comunhão consigo.À vista da obra realizada por Deus na sua providência, o salmista exclama maravilhado: Quando contemplo os céus, obra das vossas mãos, a Lua e as estrelas que Vós criastes, que é o homem para Vos lembrardes dele, o filho do homem para com ele Vos preocupardes? (Sal 8, 4-5). Assim, a verdade profunda da nossa existência está contida neste mistério admirável: cada criatura, e particularmente cada pessoa humana, é fruto de um pensamento e de um ato de amor de Deus, amor imenso, fiel e eterno (cf. Jer 31, 3). É a descoberta deste fato que muda, verdadeira e profundamente, a nossa vida.  Numa conhecida página das Confissões, Santo Agostinho exprime, com grande intensidade, a sua descoberta de Deus, beleza suprema e supremo amor, um Deus que sempre estivera com ele e ao qual, finalmente, abria a mente e o coração para ser transformado: Tarde Vos amei, ó beleza tão antiga e tão nova, tarde Vos amei! Vós estáveis dentro de mim, mas eu estava fora, e fora de mim Vos procurava; com o meu espírito deformado, precipitava-me sobre as coisas formosas que criastes. Estáveis comigo e eu não estava convosco. Retinha-me longe de Vós aquilo que não existiria, se não existisse em Vós. Chamastes-me, clamastes e rompestes a minha surdez. Brilhastes, resplandecestes e dissipastes a minha cegueira. Exalastes sobre mim o vosso perfume: aspirei-o profundamente, e agora suspiro por Vós. Saboreei-Vos e agora tenho fome e sede de Vós. Tocastes-me e agora desejo ardentemente a vossa paz (Confissões, X, 27-38). O santo de Hipona procura, através destas imagens, descrever o mistério inefável do encontro com Deus, com o seu amor que transforma a existência inteira.
Trata-se de um amor sem reservas que nos precede, sustenta e chama ao longo do caminho da vida e que tem a sua raiz na gratuidade absoluta de Deus. O meu antecessor, o Beato João Paulo II, afirmava – referindo-se ao ministério sacerdotal – que cada gesto ministerial, enquanto leva a amar e a servir a Igreja, impele a amadurecer cada vez mais no amor e no serviço a Jesus Cristo Cabeça, Pastor e Esposo da Igreja, um amor que se configura sempre como resposta ao amor prévio, livre e gratuito de Deus em Cristo (Exort. ap. Pastores dabo vobis, 25). De fato, cada vocação específica nasce da iniciativa de Deus, é dom do amor de Deus! É Ele que realiza o primeiro passo, e não o faz por uma particular bondade que teria vislumbrado em nós, mas em virtude da presença do seu próprio amor derramado nos nossos corações pelo Espírito Santo (Rm 5, 5).
Em todo o tempo, na origem do chamamento divino está a iniciativa do amor infinito de Deus, que se manifesta plenamente em Jesus Cristo. Com efeito – como escrevi na minha primeira Encíclica, Deus caritas est – existe uma múltipla visibilidade de Deus. Na história de amor que a Bíblia nos narra, Ele vem ao nosso encontro, procura conquistar-nos – até à Última Ceia, até ao Coração trespassado na cruz, até às aparições do Ressuscitado e às grandes obras pelas quais Ele, através da ação dos Apóstolos, guiou o caminho da Igreja nascente. Também na sucessiva história da Igreja, o Senhor não esteve ausente: incessantemente vem ao nosso encontro, através de pessoas nas quais Ele Se revela; através da sua Palavra, nos Sacramentos, especialmente na Eucaristia (n.º 17).
O amor de Deus permanece para sempre; é fiel a si mesmo, à promessa que jurou manter por mil gerações (Sal 105, 8). Por isso é preciso anunciar de novo, especialmente às novas gerações, a beleza persuasiva deste amor divino, que precede e acompanha: este amor é a mola secreta, a causa que não falha, mesmo nas circunstâncias mais difíceis.Amados irmãos e irmãs, é a este amor que devemos abrir a nossa vida; cada dia, Jesus Cristo chama-nos à perfeição do amor do Pai (cf. Mt 5, 48). Na realidade, a medida alta da vida cristã consiste em amar como Deus; trata-se de um amor que, no dom total de si, se manifesta fiel e fecundo. À prioresa do mosteiro de Segóvia, que fizera saber a São João da Cruz a pena que sentia pela dramática situação de suspensão em que ele então se encontrava, este santo responde convidando-a a agir como Deus: A única coisa que deve pensar é que tudo é predisposto por Deus; e onde não há amor, semeie amor e recolherá amor (Epistolário, 26).
Neste terreno de um coração em oblação, na abertura ao amor de Deus e como fruto deste amor, nascem e crescem todas as vocações. E é bebendo nesta fonte durante a oração, através duma familiaridade assídua com a Palavra e os Sacramentos, nomeadamente a Eucaristia, que é possível viver o amor ao próximo, em cujo rosto se aprende a vislumbrar o de Cristo Senhor (cf. Mt 25, 31-46). Para exprimir a ligação indivisível entre estes dois amores – o amor a Deus e o amor ao próximo – que brotam da mesma fonte divina e para ela se orientam, o Papa São Gregório Magno usa o exemplo da plantinha: No terreno do nosso coração, [Deus] plantou primeiro a raiz do amor a Ele e depois, como ramagem, desenvolveu-se o amor fraterno (Moralia in Job, VII, 24, 28: PL 75, 780D).
Estas duas expressões do único amor divino devem ser vividas, com particular vigor e pureza de coração, por aqueles que decidiram empreender um caminho de discernimento vocacional em ordem ao ministério sacerdotal e à vida consagrada; aquelas constituem o seu elemento qualificante. De fato, o amor a Deus, do qual os presbíteros e os religiosos se tornam imagens visíveis – embora sempre imperfeitas –, é a causa da resposta à vocação de especial consagração ao Senhor através da ordenação presbiteral ou da profissão dos conselhos evangélicos. O vigor da resposta de São Pedro ao divino Mestre – Tu sabes que Te amo (Jo 21, 15) – é o segredo duma existência doada e vivida em plenitude e, por isso, repleta de profunda alegria.
A outra expressão concreta do amor – o amor ao próximo, sobretudo às pessoas mais necessitadas e atribuladas – é o impulso decisivo que faz do sacerdote e da pessoa consagrada um gerador de comunhão entre as pessoas e um semeador de esperança. A relação dos consagrados, especialmente do sacerdote, com a comunidade cristã é vital e torna-se parte fundamental também do seu horizonte afetivo. A este propósito, o Santo Cura d’Ars gostava de repetir: O padre não é padre para si mesmo; é-o para vós [Le curé d’Ars. Sa pensée – Son cœur ( ed. Foi Vivante - 1966), p. 100].
Venerados Irmãos no episcopado, amados presbíteros, diáconos, consagrados e consagradas, catequistas, agentes pastorais e todos vós que estais empenhados no campo da educação das novas gerações, exorto-vos, com viva solicitude, a uma escuta atenta de quantos, no âmbito das comunidades paroquiais, associações e movimentos, sentem manifestar-se os sinais duma vocação para o sacerdócio ou para uma especial consagração.É importante que se criem, na Igreja, as condições favoráveis para poderem desabrochar muitos «sins», respostas generosas ao amoroso chamamento de Deus.
É tarefa da pastoral vocacional oferecer os pontos de orientação para um percurso frutuoso. Elemento central há de ser o amor à Palavra de Deus, cultivando uma familiaridade crescente com a Sagrada Escritura e uma oração pessoal e comunitária devota e constante, para ser capaz de escutar o chamamento divino no meio de tantas vozes que inundam a vida diária. Mas o centro vital de todo o caminho vocacional seja, sobretudo, a Eucaristia: é aqui no sacrifício de Cristo, expressão perfeita de amor, que o amor de Deus nos toca; e é aqui que aprendemos incessantemente a viver a medida alta do amor de Deus. Palavra, oração e Eucaristia constituem o tesouro precioso para se compreender a beleza duma vida totalmente gasta pelo Reino.Desejo que as Igrejas locais, nas suas várias componentes, se tornem lugar de vigilante discernimento e de verificação vocacional profunda, oferecendo aos jovens e às jovens um acompanhamento espiritual sábio e vigoroso. Deste modo, a própria comunidade cristã torna-se manifestação do amor de Deus, que guarda em si mesma cada vocação. Tal dinâmica, que corresponde às exigências do mandamento novo de Jesus, pode encontrar uma expressiva e singular realização nas famílias cristãs, cujo amor é expressão do amor de Cristo, que Se entregou a Si mesmo pela sua Igreja (cf. Ef 5, 25). Nas famílias, comunidades de vida e de amor (Gaudium et spes, 48), as novas gerações podem fazer uma experiência maravilhosa do amor de oblação. De fato, as famílias são não apenas o lugar privilegiado da formação humana e cristã, mas podem constituir também o primeiro e o melhor seminário da vocação à vida consagrada pelo Reino de Deus (Exort. ap. Familiaris consortio, 53), fazendo descobrir, mesmo no âmbito da família, a beleza e a importância do sacerdócio e da vida consagrada. Que os Pastores e todos os fiéis leigos colaborem entre si para que, na Igreja, se multipliquem estas casas e escolas de comunhão a exemplo da Sagrada Família de Nazaré, reflexo harmonioso na terra da vida da Santíssima Trindade.
Com estes votos, concedo de todo o coração a Bênção Apostólica a vós, veneráveis Irmãos no episcopado, aos sacerdotes, aos diáconos, aos religiosos, às religiosas e a todos os fiéis leigos, especialmente aos jovens e às jovens que, de coração dócil, se põem à escuta da voz de Deus, prontos a acolhê-la com uma adesão generosa e fiel.

Vaticano, 18 de Outubro de 2011.









Bispo fala sobre sentido do sacerdócio















Dom Pedro Brito Guimarães, presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB"Ser padre, somente padre e totalmente padre". A frase dita a Dom Pedro Brito Guimarães, presidente da Comissão para os Ministérios Ordenados e Vida Consagrada da CNBB, por seu pároco, quando ele pensava em ir ao seminário, continua servindo de alicerce para sua vocação. E é a experiência que ele, hoje como Arcebispo de Palmas (TO) continua passando para todos os que desejam ser padres ou aqueles que já o são.
Nesta semana, que a Igreja celebra a vocação dos Ministros Ordenados - bispos, padres e diáconos -, Dom Pedro afirma que só quem busca viver a dimensão dessa frase conseguirá vencer no seu ministério sacerdotal, pois a vida sacerdotal é muito bela, mas é exigente.
"Não dá para ser padre só nos momentos de alegria, mas é preciso sê-lo também nas noites difíceis, nos momentos de tribulação", destaca o arcebispo.
Acompanhar e fortalecer os que exercem o ministério é uma preocupação da Comissão para os Ministérios Ordenados, que tem desenvolvido um trabalho de formação permanente, aconselhamento e orientações para que os padres não se sintam desamparados diante das dificuldades encontradas.
"A vida é uma luta e quem vai vencer é aquele que tiver mais preparado", diz Dom Pedro.
O acompanhamento também é feito com aqueles que estão no seminário, entrando no processo de formação, para que não tenham uma visão superficial da vocação sacerdotal, mas consigam internalizá-la, se preparar bem para exercê-la.
Dom Pedro destaca ainda que a comunidade católica precisa "adotar" o padre que está em sua paróquia. "Os católicos não só cobrem e exijam a disponibilidade do sacerdote, mas tentem entender que nós somos humanos, temos coração, alma, somos frágeis, podemos adoecer... e a comunidade tem que nos adotar, na oração, rezando por nós".
Pastoreio
Segundo Dom Pedro, o "coração do ministério ordenado" está em cuidar e zelar por todas as pessoas que lhe são confiadas ao pastoreio.
Ele recorda que a missão do pastor está muito definida na Bíblia, tanto no Salmo 22, quanto no livro de Jeremias 23, que exorta os pastores que não cuidam das ovelhas, mas apenas de si mesmos, e também no Evangelho de João, capítulo 10, que fala sobre Jesus, o Bom Pastor, que dá a vida por suas ovelhas.
"A missão do pastor é cuidar do rebanho e para isso ele tem que conhecer o rebanho, se preocupar com ele, estar atento, vigilante. [...] O pastor na Igreja tem que reproduzir em sua vida as características do pastoreio de Cristo, dar a vida por suas ovelhas, amá-las, acima de tudo, e doar sua vida por elas", destaca o arcebispo.
Embora os ministros ordenados cuidem mais das pessoas, no âmbito espiritual, eles acabam cuidando delas por inteiro, o que engloba também as necessidades materiais. "Não é possível falar de Deus para uma pessoa morrendo de fome. Por isso a Igreja também trabalha com as pastorais sociais, para zelar pela pessoa como um todo", explica Dom Pedro.
O chamado
"Toda vocação representa uma resposta ao chamado de Deus. O Senhor chama todas as vocações por que ele ama a cada pessoa e a chama para uma missão específica, para um serviço", afirma o bispo.
Dom Pedro explica que o vocacionado, em geral, tem duas grandes missões: primeiramente estar com o Senhor, ouvir Suas palavras, e consequentemente, partir em missão, cuidar dos outros e ajudá-los a fazer a mesma experiência.
Na Igreja, quem faz bem esse papel são os ministros ordenados, disse o bispo. "Eles têm esse papel de ajudar na oração, no aconselhamento, na catequese, na maturação da vocação da pessoa, ministrar os sacramentos e evangelizar. Fundamentalmente é essa a missão do ministro ordenado. Alguém que represente Cristo e o ajude na divulgação do seu Evangelho".







Você sabe qual é a sua vocação?


















'Toda vocação começa simples e pequena quando eu me dedico ao que Deus me pede no momento', diz padre CarlosO mês de agosto começa amanhã. Para os católicos, este é o mês das vocações, o período de celebrar o chamado que Deus faz para cada um, convidando ao exercício da ordem ou à vida em família, por exemplo. Seja qual for a vocação, ela existe e vai sendo descoberta aos poucos.
Para o padre Carlos Alberto Victal, da Comunidade Canção Nova, a dedicação de um mês inteiro para falar sobre vocação é um trabalho vocacional da Igreja no Brasil. O objetivo é valorizar o chamado de Deus para cada um de seus filhos, em especial os batizados, que são chamados a evangelizar. A cada semana deste mês, os católicos refletem sobre determinado tipo de vocação. No primeiro Domingo, celebra-se a vocação dos Ministros Ordenados (bispos, padres e diáconos). No segundo, a vocação da Vida em Família (em sintonia com a Semana Nacional da Família).
Já no terceiro domingo, a Igreja volta as atenções para a vocação da Vida Consagrada, que inclui religiosas, religiosos, leigas e leigos consagrados. No último domingo do mês, é a vez de celebrar a vocação dos Ministros Não Ordenados (todos os cristãos leigos e leigas).
“Tudo isso para valorizar o chamado que Deus faz a cada cristão, a cada batizado, a trabalhar no seu Reino para que este seja construído de forma intensa com o trabalho de cada um que dá o seu ‘sim’ a este chamado”, enfatizou padre Carlos.
O sacerdote informou que a palavra ‘vocação’ vem do latim vocare, que significa chamado. Com esse chamamento, Deus convida todos a participarem da implantação de seu Reino, cada um a seu modo. “Cada um na sua forma de vida, mas dedicando-se ao trabalho no Reino de Deus. Ou seja, eu dou o meu ‘sim’ e colaboro para a construção do Reino de Deus onde Ele me chama”.
E aqueles que têm dificuldade em descobrir qual é a sua vocação não precisam se preocupar. De acordo com padre Carlos, a vocação vai sendo descoberta conforme a pessoa vai caminhando na vida e ficando atenta ao que Deus lhe fala.
“Penso que a vocação vai construindo-se à medida que eu vou respondendo ‘sim’ aos apelos do Senhor. Hoje, Deus me pede para dar catequese, então eu dedico minha vida a isso. Depois eu vejo que isso não me basta, vejo que Deus está me pedindo mais. Toda vocação começa simples e pequena quando eu me dedico ao que Deus me pede no momento”.
O sacerdote lembrou ainda que a melhor preparação para que se possa vivenciar bem este mês das vocações é estar atento à Palavra de Deus, ao desejo que Ele tem para cada um em especial.
“Deus vai falando, orientando através das pregações, dos retiros, das homilias que são feitas nas várias Missas dominicais e nós temos que estar atentos ao que Deus está falando. Então eu vou respondendo à Palavra do Senhor. Eu creio que, estando atento, a gente faz uma ótima preparação para valorizar o chamado de Deus, especificamente o chamado que Ele faz a cada um de maneira pessoal”.







Chamados a amar a Deus gratuitamente


A verdadeira religião consiste em amar de verdade 
Estamos vivendo o Tríduo Pascal, nos aproximando da Páscoa. Se Jesus não tivesse ressuscitado, estaríamos perdidos, e como diz São Paulo: “seria vã a nossa fé!”
Em João 13, 1 está escrito: “Tendo amado os seus que estavam neste mundo, amou-os até o fim”, pois a crucificação era a morte mais vergonhosa que se podia experimentar naquele tempo. Não existia morte pior. Jesus nos ensina, com essa dor, que Ele sofreu por amor a nós. Muitas vezes, só procuramos o Senhor por causa das curas que Ele realiza, e nos perguntamos se Deus realmente nos ama por permitir que soframos assim. Quando olhamos para a cruz encontramos respostas para a nossa pergunta.
Romanos 5,2 nos ensina que não devemos duvidar do amor de Deus, mesmo em meio ao sofrimento. O pecado é a causa de toda a dor. Estejamos atentos para não nos deixarmos levar por ele [pecado]. Desejamos, muitas vezes, a justiça, mas precisamos olhar para Deus com maturidade, pois Ele é justo, contudo Ele é Pai e não paternalista, não encobre o que fazemos de errado. Deus é mais amor do que justiça.


Amemos ao Todo-poderoso apenas por um motivo: Ele é Deus, e só isso basta [para que O amemos]. Que seu coração seja sincero diante deste Amor; caso contrário, de nada valerá.
Na Sagrada Escritura, vemos que Jó era um homem muito rico, mas temente a Deus; satanás quis colocar o Senhor à prova, por isso o tentou. O que o demônio queria provar era que Jó amava ao Senhor por interesse. Deus, então, permitiu que o diabo o tentasse e fez com que ele perdesse tudo: sua casa, sua família, e, em meio a todo esse sofrimento, esse homem de fé disse: “Bendito seja Deus, Ele dá e Ele tira.” O demônio insistiu e quis ir contra a sua saúde física, deixando-o leproso. Jó, sendo um homem de fé, permaneceu fiel. Já que o Antigo Testamento é a prefiguração do Novo Testamento, Jó era a prefiguração, do Servo sofredor.
Deus quer ser amado por ser Deus, Ele dá a nós o acréscimo. Precisamos buscar a Deus e Ele cuidará de nós. Ele morreu por nós, devemos amá-Lo e dar-Lhe o primeiro lugar em nossa vida. O Senhor não quer ter o segundo lugar, não podemos tê-Lo como ocorre com os amantes, deixando-O em segundo plano. Ele não aceita ser o segundo. Não coloquemos nada e niguém no lugar que é d’Ele. Não caíamos nas garras do mundo dizendo que Deus não existe! Só podemos trocar um amor por um Amor maior. Então se Deus for o primeiro em sua vida, você não O trocará por nada. Jesus disse aos discípulos: “Se me amares, guardarás meus mandamentos.” No Decálogo, os três primeiros mandamentos são relativos a Deus. Respeitemos e honremos a Sua Lei. Devemos amar a Deus verdadeiramente.
Jesus sofreu tentações por nós, como ocorreu no deserto, Ele foi tentado como homem que também era. Sabemos que o espírito é forte, mas a carne é fraca. Vigiemos e oremos. No monte Cristo disse: “Não são aqueles que dizem Senhor, Senhor que serão salvos, mas aqueles que fazem a vontade do Pai, ou seja, não pecar”.
O Senhor Jesus não veio para nos tirar o sofrimento, mas para arrancar a raiz do pecado de nós, para isso teve que morrer na cruz e, assim, passar pelo sofrimento maior.
Quando no Horto das Oliveiras Jesus disse: “Pai, se for possível afasta de mim esse cálice”, Ele aceitou, plenamente, cumprir a vontade do Pai, mesmo sendo humilhado.
O Catecismo da Igreja Católica, no número 456, nos diz: “Não foram os judeus que mataram Jesus, mas sim cada um de nós, os nossos pecados”.
Por que o Verbo Divino se fez carne? Por nós homens e para a nossa salvação. Esse é o Amor de Deus por nós. Jesus assumiu a nossa culpa, portanto, a nossa culpa foi perdoada. Isso é amor puro! Sejamos católicos de verdade! Peçamos que Ele nos ensine a amá-Lo sem interesse, só pelo fato de Ele ser Deus. Essa é a nossa vida, tenhamos a fé dos mártires, amemos a Deus gratuitamente, assim como gratuitamente Ele nos amou.
Na noite em que Jesus mais sofreu, foi quando mais nos amou. Nessa mesma noite, aquele que também Ele amou o traiu, Judas. Este, no entanto, não acreditou no Amor de Jesus. Pedro também experimentou o Amor de Jesus, mas também O negou e por três vezes. Esse apóstolo, ao ver o que fez, se arrependeu profundamente. E em outra ocasião, quando Jesus, já ressuscitado aparece para ele, por três vezes disse que O amava.
A maior prova de amor que Deus nos deu foi se doar por nós.
Prof. Felipe Aquino





Namoro tempo de escolha, não de celebrar a sexualidade
As coisas da vida somente são boas e nos fazem felizes se são usadas dentro de sua finalidade. Você não pode, por exemplo, usar o seu celular como um martelo!… Desvirtuando a sua finalidade, você provoca dano. Com o sexo se dá o mesmo; se for vivido fora do seu sentido, estraga tudo. Qual o sentido do sexo? O sexo, no plano de Deus,  tem duas dimensões, finalidades: “unitiva” e “procriativa”; elas se completam. Deus fez do casal humano “a nascente da vida” (Paulo VI); e assim deu ao homem a honra, a glória e a missão de gerar e educar os filhos.  Nenhuma outra missão é mais nobre do que esta.
Se é belo construir casas, carros, aviões…, mais belo ainda é gerar é educar um ser humano, imagem e semelhança de Deus. Nada se compara à missão de ser pai e mãe.  Na aurora da humanidade Deus disse ao casal: “multiplicai-vos”. “A dualidade dos sexos foi querida por Deus, para que o homem e a mulher, juntos, fossem a imagem de Deus” ( Paulo VI). 
É através da atividade sexual que o casal se multiplica e se une profundamente; isto é um desígnio de Deus. O ato sexual é o ato “fundante” da geração do filho, porque é por ele que a doação amorosa do casal acontece.  É por isso que a Igreja não aceita outra maneira de gerar a vida humana. A geração de um filho tem de ser um ato de amor dos pais; por isso a fecundação não pode ser passada para as mãos dos médicos e bioquímicos.
Por outro lado, a relação sexual une o casal. Há muitas maneiras de se manifestar o amor: um gesto atencioso, uma palavra carinhosa, um presente, uma flor, um telefonema…, mas a mais forte manifestação de amor entre o casal, é o ato sexual. É a “liturgia” do amor conjugal. Ali cada um não apenas dá presentes ao outro, nem só palavras, mas “se dá” ao outro física e espiritualmente. É a expressão da “entrega da vida”.
Ora, você só pode entregar a sua intimidade profunda a alguém que o ama e que tem um “compromisso de vida” com você para sempre!
Qual é a diferença entre o sexo no casamento, realizado com amor e por amor, e a prostituição?  É o amor baseado num compromisso de vida para sempre. Se você tirar o amor, o sexo se transforma em prostituição, comércio.
No plano de Deus o sexo é diferente, é manifestação do amor conjugal; é a “marca” na alma, de duas pessoas que se uniram para sempre, na dor e na alegria, na saúde e na doença, na riqueza e na pobreza; é uma verdadeira liturgia desse amor, cujo fruto será o filho do casal. Cada um é “responsável pelo outro”  até a morte, em todas as circunstâncias fáceis e difíceis da vida. Sem este “compromisso de vida” o ato sexual não tem sentido, e se torna vazio e perigoso.
Na fusão dos corpos se celebra profundamente o amor de um pelo outro: a compreensão recíproca, a paciência exercida, o perdão dado, o diálogo mantido, as vitórias conquistadas, as lágrimas derramadas… é a “festa do amor conjugal”.  Por isso é o ato fundante da vida.
O ato sexual vai muito além de um mero ato físico; a união dos corpos sinaliza a “união dos corações” e dos espíritos pelo amor. Por isso não pode ser um ato improvisado, um mero momento de prazer ou de celebração emotiva; é muito mais, é a celebração de uma vida vivida a dois para sempre, na renúncia e na alegria.
Nesta “festa” do amor conjugal, o casal se une fortemente, e no ápice do seu prazer, Deus quis que o filho fosse gerado. Assim, ele não é apenas carne e sangue dos seus pais, mas “amor do seu amor”.
É por isso que a Igreja ensina que o ato sexual, para não ser desvirtuado, deve sempre estar aberto à geração da vida, sem que isto seja impedido por meios artificiais.
Ora, se o ato sexual gera a vida de um novo ser humano, ele precisa ser acolhido em um lar pelos seus pais. É um direito da criança que vem a este mundo. Nem o namoro, nem o noivado oferece ainda uma família sólida e estável para o filho. Não existe ainda um compromisso “ até que a morte os separe”.
Quantos rapazes engravidaram a namorada, e tiveram de mudar totalmente o rumo de suas vidas!  Às vezes são obrigados a deixar os estudos para trabalhar; vão morar na casa dos pais … sem poderem constituir uma família como convém.
É por isso que o sexo não deve ser vivido no namoro e no noivado. Ao contrário do que acontece hoje comumente, a última entrega ao outro deveria ser a do próprio corpo, só depois que os corações e as vidas estivessem unidas e compromissadas por uma “aliança”  definitiva. Isto está longe de acontecer ainda no namoro que é apenas um tempo de escolha.
Se você apanhar e comer uma maçã ainda verde, ela vai fazer mal a você, e se estragará. Se você viver a vida sexual antes do casamento, você terá problemas e não alegrias. E poderá ferir a outra pessoa. Além do mais, quando o namoro termina, as marcas que o sexo deixou ficam no corpo da mulher para sempre.  Para o rapaz tudo é mais fácil.
Então, como é que você quer exigir da sua namorada o seu corpo, se você não têm um compromisso de vida assumido com ela, para sempre? Não é justo e nem lícito exigir o corpo de uma mulher antes de colocar uma aliança – prova de amor e de fidelidade – na sua mão esquerda.
São Paulo há dois mil anos já ensinava aos Coríntios: “A mulher não pode dispor do seu corpo: ele pertence ao seu marido. E também o marido não pode dispor do seu corpo: ele pertence à sua esposa”  (1 Cor 7,4). O Apóstolo não diz que o corpo da namorada pertence ao namorado, e nem que o corpo da noiva pertence ao noivo.
As conseqüências do sexo vivido fora do casamento são terríveis: mães e pais solteiros, despreparados; filhos abandonados, ou criados pelos avós, ou em orfanatos. Muitos desses se tornam ás vezes abandonados e delinquentes que cada vez mais enchem as nossas ruas, buscando nas drogas e no crime a compensação de suas dores. Quantos abortos são cometidos porque busca-se apenas egoisticamente o prazer do sexo, e depois elimina-se o fruto, a criança! Só no Brasil são 4 milhões por ano. Quatro milhões de crianças assassinadas pelos próprios pais!
As doenças venéreas são outro flagelo do sexo fora do casamento. Ainda hoje convivemos com os horrores da sífilis, blenorragia, cancro, sem falar do flagelo da AIDS. Por causa dessa desvalorização da vida sexual, e da sua vivência de modo irresponsável e sem compromisso, assistimos hoje esse triste espetáculo de milhões de meninas adolescentes de 12 a 15 anos, grávidas.
A nossa sociedade é perversa e irresponsável. Incita o jovem a viver o sexo de maneira precoce e sem compromissos, e depois fica apavorada com a tristeza das meninas grávidas. Isto é fruto da destruição da família, do chamado “amor livre”, e do comércio vergonhoso que se faz do sexo através da televisão, dos filmes eróticos, das revistas pornográficas e, agora, até através do telefone e da internet.
E o que se oferece agora, a essas pobres meninas, é o veneno da Pílula do Dia Seguinte, uma bomba hormonal abortiva, com uma carga 10 vezes maior que a pílula anticoncepcional comum. É a promoção pública da depravação sexual e destruição da família. Veja jovem, quanta tristeza causa o sexo fora e antes do casamento. Além disso, a jovem, na sua psicologia feminina, não esquece os menores detalhes da sua vida amorosa. Ela guarda a data do primeiro encontro, o primeiro presente, etc…; será que ela vai esquecer a primeira relação sexual? Esta primeira relação deve acontecer num ambiente preparado, na lua de mel, onde a segurança do casamento a sustenta.
O namoro é o tempo de conhecer o coração do outro, e não o seu corpo; é o momento de explorar a sua alma, e não o seu físico.
Um casal de namorados que souber aguardar a hora do casamento para viver a vida sexual, é um casal que exercitou o autocontrole das paixões e saberá ser fiel um ao outro na vida conjugal. Eu sei que o mundo lhe diz exatamente o contrário, pois ele não quer “entrar pela porta estreita” (Mt 7,14), mas que conduz à vida.
Peço que você faça esta experiência: veja quais são as famílias bem constituídas que você conhece; veja quais são os casamentos que estão estáveis, e verifique sob que bases eles foram construídos. Você verá que nasceram de casais de namorados que se respeitaram e não brincaram com a vida do outro.
Eu vivi assim; não tivemos vida sexual até o nosso casamento; somos casados há 40 anos e felizes, com os nossos cinco filhos e 10 netos.
Professor Felipe Aquino
Trecho retirado deste livro


Namoro e amor
O namoro é um aprendizado do amor
Mas, afinal, o que é amar? O que leva muitos casamentos ao fracasso é a noção falsa que se tem do amor hoje. Há no ar uma “caricatura” do amor. Amor não egoísmo; isto é, preferência por mim, mas pelo outro. Amar não é gostar; gostamos de coisas, amamos pessoas. Se você treme de paixão diante de uma menina, e lhe diz: “eu te amo”, esteja certo de que você está mentindo, pois esta tremedeira é sinal de que você quer saciar o seu ego desejoso de prazer.
Isto não é amor, é paixão carnal, é egoísmo. Amar é muito mais do que isso, pois não é satisfazer a si mesmo. Amar não é apoderar-se do outro para satisfazer-se; é o contrário, é dar-se ao outro para completá-lo. E para isto é preciso que você se renuncie, se esqueça. Você corre o risco de, insatisfeito, querer apaixonadamente agarrar aquilo que lhe falta; e isto não é amar. Assim o amor morre nas suas mãos.
Você só começará a compreender o que é amar,  quando a sua vontade de fazer o bem ao outro for maior do que a sua necessidade de tomá-lo só para si,  para satisfazer-se. Para amar de verdade, será preciso uma longa preparação, porque somos egoístas. Se você não aprender de verdade a amar, poderá construir um lar oscilante e de paredes frágeis, que poderão não suportar o peso do telhado.
As paixões sensíveis da adolescência não são o autêntico amor, mas a perturbação de um jovem que encontra diante de si os encantos e a novidade da masculinidade ou da feminilidade. Amar é dar-se, ensina-nos Michel Quoist.
Mas para que você possa verdadeiramente dar-se a alguém, você precisa primeiro “possuir-se”. Ninguém pode dar o que não possui. Se você não se possui, se não tem o domínio de si mesmo, como, então, você quer dar-se a alguém? Como você quer amar? Amar não é “ser fisgado” por alguém,  “possuir” alguém, ou ter afeição sensível por ele, ou mesmo render-se a alguém.
Amar é, livre e conscientemente, dar-se a alguém para completá-lo e construí-lo. E isto é mais do que um impulso sensível do coração; é uma decisão da razão. Amar é uma decisão. E a decisão não é tomada apenas com o coração, empurrado pela sensibilidade. A decisão é tomada com a razão. O seu  egoísmo é o seu tirano! A autenticidade do amor se verifica pela cruz. Todo amor verdadeiro traz o sinal do sacrifício. E é através desse sinal que você identifica o verdadeiro amor e o falso. Não há amor sem renúncia. Não foi isto que Jesus nos ensinou? “Amai-vos uns aos outros como eu vos amei” (Jo 15,12). Ele mandou amar, mas amar “como Eu vos amo”. E como Ele nos amou? Até à cruz!
Prof. Felipe Aquino




Muitas pessoas dizem que estão em crise de fé

Quando só Deus é a resposta. Todos nós passamos por momentos difíceis na vida, nessas horas parece que ninguém tem resposta para nós, só Deus; mas, muitas vezes, não O escutamos.
Muitas pessoas dizem que estão em crise de fé; isso acontece porque muitas vezes baseamos a nossa fé em nós mesmos. Nossa fé precisa estar em Jesus Cristo e na sua Igreja. A nossa fé é coisa séria, nossa Igreja existe há mais de dois mil anos, por isso é algo sólido. Se você não quer se basear na sua fé, creia na Igreja. ‘Perseveravam eles na doutrina dos apóstolos, na reunião em comum, na fração do pão e nas orações’ (Atos dos Apóstolos 2, 2).
É preciso ter o dom do discernimento para colher de Deus a vontade d’Ele. O Senhor nos fala e nos guia por meio de palavras de ciência, de profecia, mas estas precisam ser utilizadas com discernimento. Há três tipos de “espíritos” em nós: o espírito humano, o Espírito Santo de Deus, que fala em nós, e também há o “espírito de porco”, que vem fantasiado de anjo de luz, vem agradando. É preciso ter discernimento, por isso é bom ler todos os dias a Palavra de Deus, que é viva e eficaz, e estudar os dogmas da Igreja. Ter o conhecimento da Palavra de Deus e da Igreja nos ajuda a discernir e a sermos guiados pelo Espírito de Deus.
Edith Stein dizia: “Não sei para onde Deus me leva, mas sei que Ele que me conduz”.
Há uma história de um menino que subiu em um trem e seguiu viagem até que um funcionário da linha do trem o viu e lhe perguntou se ele sabia aonde o trem iria e se ele tinha algum lugar para ir e o garoto lhe respondeu que não. Então, ele lhe pediu o telefone do seu pai para que o retirasse dali, e o menino, sorrindo, disse – “Meu pai é o maquinista; não importa para onde eu vou, porque vou com o meu pai”. Que o “maquinista” da sua vida seja Deus!
Existe uma frase que encontrei em três lugares na Bíblia: ‘Meu justo viverá da fé’, e para completar essa frase em Hebreus 11, 6 está escrito: ‘Ora, sem fé é impossível agradar a Deus, pois para se achegar a ele é necessário que se creia primeiro que ele existe e que recompensa os que o procuram’.
É preciso ser um homem de oração, de fé, mas também um homem que trabalha, pois é preciso rezar e trabalhar. Quem trabalha não entra para o mundo do crime, da farra e da bebida. O trabalho dá dignidade. Por isso, é preciso trabalhar e rezar.
O que devemos fazer quando estamos sofrendo? É preciso procurar alguém que busque a santidade. Procure aconselhamento. Eu aconselho muitas pessoas, hoje, muito mais por e-mail, e 80% deles são problemas.
‘Deus é fiel: não permitirá que sejais tentados além das vossas forças, mas com a tentação ele vos dará os meios de suportá-la e sairdes dela’ (1Cor 10,13).
Deus é fiel, é o bom Pai, e, muitas vezes, Ele permite que soframos, pois, quantas vezes é preciso dar uma injeção no filho por causa de uma doença? A criança grita e chora nesse momento, mas você permite isso por amor. Às vezes Deus vê que nossa alma está “resfriada”, às vezes, com “câncer”. O Senhor se preocupa com nossa alma, porque esta não vai morrer. Há duas mortes: a primeira quando a alma se separa do corpo, mas o perigoso é quando alma se separa de Deus, pois aí ela vai para o inferno. O inferno é algo pavoroso, porque é frustração total, porque você foi feito para Deus e O rejeitou. Você já se apaixonou por alguém que não o correspondeu? Isso dói. O inferno é a falta de quem você tem necessidade, é a falta de Deus. Mais importante que o corpo é alma.
A maior crise que o homem vive hoje é a supervalorização do corpo, temos que ter corpos maravilhosos, temos que ter roupas e sapatos de marca. Nós precisamos dessas coisas, mas não deve haver exagero, não devemos nos preocupar demasiadamente com o físico. Se nós cuidamos bem do corpo, nós precisamos cuidar da alma melhor ainda! É preciso cuidar dela, o meu primeiro momento do dia eu dou à minha alma, vou à Santa Missa.
Jesus aceitou ajuda no caminho para o calvário. Se o Senhor precisou de um cireneu chamado Simão, peça a Deus para lhe revelar quem na sua vida será o seu “cireneu”. E seja um ["cireneu"] com os outros também.


Dom Alberto Taveira Corrêa
Arcebispo de Belém/PA
Assessor eclesiástico da RCCBRASIL
As cidades ou as regiões adquirem fama, pelas suas manifestações religiosas, seu folclore, culinária, modo de falar. Algumas ficam conhecidas pelo jeito de ser de seu povo, gente expansiva ou reservada, com cartas “guardadas na manga” para serem jogadas em tempo oportuno. Há lugares, como Nazaré, onde viveu Jesus com Maria e José, que ficaram conhecidos como terra de gente brava e até revoltada. Qualquer provocação servia para um levante, tanto que Jesus, conhecido como Nazareno, suscitava desconfiança em muitas pessoas, também porque as tradições não esperavam que pudesse vir da Galileia algum profeta. Pode acontecer também entre nós, pela avalanche de violência aliada à impunidade corrente, que se reforce a pecha de sermos hoje uma das áreas perigosas do país. Não é difícil perceber como contribuímos para isso, pela facilidade com que classificamos áreas de nossa região metropolitana como “vermelhas” ou perigosas, vendo em cada desconhecido uma ameaça.
A Igreja quer enfrentar com as armas do Evangelho todas as situações desafiadoras, vencendo por amor e com amor, penetrando em todos os ambientes e superando preconceitos. Nosso projeto de Evangelização quer alcançar os que estão afastados da Igreja ou se sentem distantes, constituindo novas Comunidades de fé nos lugares mais difíceis. Mais do que as eventuais estatísticas, interessa-nos dizer que todos são amados por Deus e candidatos à vida plena e à salvação, não nos sendo lícito arrefecer diante dos obstáculos. Vale a pena abrir os olhos e verificar como o espírito missionário já envolve muitos sacerdotes, diáconos, religiosos e religiosas, pessoas dedicadas a Deus e, mais ainda, uma enorme quantidade de cristãos leigos e leigas. Vamos chegar lá, contagiando muita gente com a unção missionária.
E os Bispos da Região Amazônica, reunidos nesta semana em Santarém, renovaram suas disposições missionárias, para que a boa nova alcance a todos em todos os rincões de nossa terra. Saíram de lá com renovado entusiasmo a ser comunicado a todo o povo de Deus.
Voltando a Nazaré, ali Jesus ficou conhecido como carpinteiro, pois havia apreendido de São José este ofício tão digno quanto importante (Mc 6,1-6). Parece até que carpinteiro era mais do que o oficial das mesas ou cadeiras, mas um daqueles homens que sabiam fazer de tudo na construção de uma casa. Ainda se encontram pessoas assim por aí, com admirável conhecimento prático, de olhar profundo e prudência, calma no trabalho, poucas palavras e muita ação. Dá para pensar no Pai do Céu, contemplando a beleza e a bondade da criação, como descreve o livro do Gênesis.
Sendo Jesus homem verdadeiro e Deus verdadeiro, tudo o que realizava envolvia a totalidade da vida humana, sem excluir qualquer área dos sentimentos e das aspirações das pessoas, tanto que ninguém passava em vão ao seu lado. Ele que fazia bem todas as coisas. E era o Carpinteiro de Nazaré! Aproximar-se dele é descobrir o seu segredo, pois o Carpinteiro é Profeta, é Messias, é Salvador.
Ter contato com Jesus Cristo é contemplá-lo na fé, apurando nosso sentido sobrenatural, a fim de que a salvação seja acolhida e nossa vida transformada. Nele, aprendemos a olhar também em torno a nós, para valorizar os pequenos gestos e as pessoas que conosco convivem. Há um grito surdo pela valorização das pessoas, na superação de desconfianças e medos. É urgente dar nome de dignidade às pessoas que transbordam simplicidade e com ela a sabedoria. Elas estão aí, bem perto de nós. Muitas constroem frases quase ingênuas, que alguns pensam ser sabedoria de para-choque de caminhão! Outras sabem dar respostas precisas, ou sabem ouvir e prestar atenção como ninguém, para tudo guardar num coração bom e puro.
Sabemos que quem segue Jesus, independente de sua condição social, idade ou cultura, passa a fazer parte do evangelho, da história de Deus. Se o próprio Senhor teve dificuldades com alguns grupos, como os habitantes de Nazaré, onde ele se tinha criado (Mc 6,1-6), sabemos que ele inicia uma nova família, destinada a edificar um novo mundo (Mc 3,13-6,13), na superação das distâncias entre as pessoas, formada por quem quer realizar a vontade do Pai (Mc 3,35). Os discípulos de ontem e de hoje têm a missão de estar com Jesus e ser enviados por ele, como companheiros de missão, na luta contra o mal.
Ao tornar-se simples e competente carpinteiro em Nazaré, o Salvador entrou nas estruturas humanas para transformá-las. A liturgia nos faz reconhecer que pela humilhação do Filho amado, o Pai reergueu o mundo decaído (Cf. Oração do XIV Domingo Comum). Ele ocupou todos os espaços humanos com sua presença redentora. Tal constatação de fé nos permite acolher o dom da alegria nesta terra e almejar as alegrias eternas.

JESUS NO LITORAL - PDF

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